Porque afirmamos que é preciso coragem para viver ou ser o que se é?
Porque viver é estar em constante relação com o inusitado e com o perigo.
Temos a impressão que as circunstâncias insistem em conspirar contra a existência e contra a possibilidade de ser. Temos medos e isto é um fenômeno pessoal. Os medos nos acompanham por todo o existir. São às vezes estimulantes, em outras são paralisantes e, com freqüência, são companheiros de jornadas, ações, nas tomadas de decisões. Os medos estão presentes quando dormimos, quando acordados, quando em filas de supermercado, quando no aconchego de casa, ou no trabalho, trânsito, no ato de ir ao banheiro, ao lanchar, beber água ou qualquer outra bebida, enfim, em todos os atos e reações de vida.
Aprendemos a “conviver” com os nossos medos, mesmo que não suportemos esta condição.
Queremos segurança e buscamos o viver seguro. Com isso nos confrontamos com a impotência, medos e frustrações. Confrontando com a verdade e com os conceitos de certo e errado. Sofremos muito com estes obstáculos e medos de ordem moral e ético, pois são os que realmente restringem o nosso ser. “A coragem do ser é o ato ético no qual o homem afirma seu próprio ser a despeito daqueles elementos de sua existência que entram em conflito com sua auto-afirmação essencial.” (Tillich, Paul, in “A Coragem de Ser”, Ed. Paz e Terra, 2001, 6ª edição, pp.03.).
O que é viver uma vida boa? É ousar, buscando esta coragem na crença em si mesmo e na percepção de buscar o certo que é inerente em cada um. É estar “presente” no inusitado de ser si mesmo: aventurar-se é viver.
Léo Baroni